quinta-feira, 18 de junho de 2015

A Via da Síntese III


 Em antevisão, II º Volume da Via da Síntese


I – Por Um Modelo Eco Social


A desconstrução do pensamento Moderno, ao nível social, Daniel Bell (sociedade pós industrial) ou François Lyotard (sociedade pós moderna), signficou a conceptualização de um mundo, da Modernidade, que ao reinventar-se com tanta regularidade nos planos científicos e tecnológicos,  criando um novo mundo planetário de comunicação, sistemas, informática, robótica, comunicações instântaneas, cultura sem identidade (globalizada), varre o ideal que a Modernidade tentou sempre legitimar, da Revolução Social, da Libertação pela afirmação dos Direitos e das Liberdades (sejam na via Reformista ou Revolucionária).
A Tecnologia uniu o Mundo, mas separou no universo da Noosfera humana, cultura-política, coletivo-sujeito, Estado-Identidade. Com isso recriou um outro processo de socialização, liberto das amarras esquerda/direita, progresso/conservadorismo. Porque a ideologia desaparece como centro da informação/pensamento e cultura, e entra o objecto posse, a tecnologia do momento, de uma cultura “non engagé”, mas de entretenimento, subliminar, elaborada no plano visual e dos média, mas pobre no sentido e na estrutura de vida, história e pensamento. Da saúde à lei, da educação à justiça, desmantela-se a noção de poder e direito, de democracia representativa e de subida social, por uma socialização instrumental, de aquisição, ou nas palavras de Braudillard e Lipovetsky uma dissolução do social, na medida em que instaura uma rutura com uma tradição intelectual e cultural, que provém do Renascimento, mas tem o seu auge com a Revolução Francesa, em que o sentido da ação está ligado à instrumentalidade da mesma.

A instrumentalidade, nas palavras de Touraine (1994), é gerida pelas empresas, económicas ou políticas, em concorrência entre si nos mercados; o sentido tornou-se puramente privado e subjetivo. Tudo é possível nas escolhas privadas, porque o público desaparece enquanto instrumento de regulação ética, de comunhão de um coletivo (seja a classe, o grupo, a religião, a nação). Neste sentido, a política que é sobretudo um sentido de ação coletiva, perde referência, e limita-se á pragmática da gestão do quotidano, abdicando de mudar o mundo, projeto da Modernidade. O único fator, desencadeador, de uma solidariedade global, é o pensamento ecológico, no sentido (que principalmente a ação do Green Peace foi decisiva), em que a ação destruidora da tecnologia e do consumo, pôs em causa o equilíbrio ambiental, mas também em consequência, o equilibrío dos recursos  e portanto  a equidade social,