Em antevisão, II º Volume da Via da Síntese
I – Por Um Modelo Eco Social
A
desconstrução do pensamento Moderno, ao nível social, Daniel Bell (sociedade
pós industrial) ou François Lyotard (sociedade pós moderna), signficou a
conceptualização de um mundo, da Modernidade, que ao reinventar-se com tanta
regularidade nos planos científicos e tecnológicos, criando um novo mundo planetário de
comunicação, sistemas, informática, robótica, comunicações instântaneas,
cultura sem identidade (globalizada), varre o ideal que a Modernidade tentou
sempre legitimar, da Revolução Social, da Libertação pela afirmação dos
Direitos e das Liberdades (sejam na via Reformista ou Revolucionária).
A
Tecnologia uniu o Mundo, mas separou no universo da Noosfera humana,
cultura-política, coletivo-sujeito, Estado-Identidade. Com isso recriou um
outro processo de socialização, liberto das amarras esquerda/direita,
progresso/conservadorismo. Porque a ideologia desaparece como centro da
informação/pensamento e cultura, e entra o objecto posse, a tecnologia do
momento, de uma cultura “non engagé”, mas de entretenimento, subliminar,
elaborada no plano visual e dos média, mas pobre no sentido e na estrutura de
vida, história e pensamento. Da saúde à lei, da educação à justiça,
desmantela-se a noção de poder e direito, de democracia representativa e de
subida social, por uma socialização instrumental, de aquisição, ou nas palavras
de Braudillard e Lipovetsky uma dissolução do social, na medida em que instaura
uma rutura com uma tradição intelectual e cultural, que provém do Renascimento,
mas tem o seu auge com a Revolução Francesa, em que o sentido da ação está
ligado à instrumentalidade da mesma.
A
instrumentalidade, nas palavras de Touraine (1994), é gerida pelas empresas,
económicas ou políticas, em concorrência entre si nos mercados; o sentido
tornou-se puramente privado e subjetivo. Tudo é possível nas escolhas privadas,
porque o público desaparece enquanto instrumento de regulação ética, de
comunhão de um coletivo (seja a classe, o grupo, a religião, a nação). Neste
sentido, a política que é sobretudo um sentido de ação coletiva, perde
referência, e limita-se á pragmática da gestão do quotidano, abdicando de mudar
o mundo, projeto da Modernidade. O único fator, desencadeador, de uma
solidariedade global, é o pensamento ecológico, no sentido (que principalmente
a ação do Green Peace foi decisiva), em que a ação destruidora da tecnologia e
do consumo, pôs em causa o equilíbrio ambiental, mas também em consequência, o
equilibrío dos recursos e portanto a equidade social,